segunda-feira, julho 24, 2006

À VELA

Tal como milhares de portugueses, fui visitar os veleiros atracados na doca de Santos, entusiasmada por pela primeira vez entrar numa daquelas embarcações que só via na televisão.
Estavamos na fila de espera quando começo a ouvir alguém atrás de mim cuja voz me despertou a atenção por ser melodiosa e calma ... Concerteza que pertenceria alguém com algum nivel de educação.
A dona era uma senhora para a minha idade. Não querendo estar a ouvir a conversa entre a dona da voz e alguns amigos o que é certo é que não poderia deixar de escutar a mesma, até porque a ela não fazia questão de não ser ouvida:
DV- Esperemos que as pessoas não passem à frente umas das outras.
Am- Pode ser que não!
DV- As pessoas começam a andar mais para a frente e depois começam a encostar-se aos outros e passam...
Am- Talvez não!
Até aqui a senhora até poderia ter razão, sabemos como certas pessoas gostam de usar alguns malabarismos para conseguir os seus objectivos, mas a verdade é que todos estavam a respeitar a fila de forma calma e ordeira e não parecia haver qualquer indicação de que qualquer atitude menos correcta fôsse acontecer.
Passados alguns minutos a dita senhora atende o telemóvel do outro lado estaría algum amigo ou familiar:
DV- estou?
TLM-......
DV- Estou na fila
TLM- .....
DV- Em frente á bandeira da Suécia
TLM- .....
DV- está bem!
Desligou o telemovel fazendo sinal para os amigos para que a seguissem, passando à frente de todos... e lá entrou!
É claro que não me calei:
-Olla só para esta fulana estava aqui a passar atestado de má educação às pessoas mas faz exactamente aquilo que estava a criticar.
È óbvio que se se tem alguém dentro da organização de um qualquer evento que os familiares e amigos têm alguma facilidade em passar à frente... mas a questão não foi essa que me irritou o que me irritou foi o facto de não ter tido a sensatez de estar calada enquanto esperava pela chamada do telemovel, uma pessoa inteligente era assim que procederia,não chama as atenções dos outros não os ofendia, segue a sua vidinha e ninguém teria dado pelo facto.Enfim....
Entrámos eehhhh...
Devido à minha idade e ao meu peso deixei-me levar de mansinho .... calma... muita calma... mas palavra, palavrinha que a minha vontade era cabreolar por todos aqueles veleiros até que alguém me desse algum puxão de orelhas ou me estatelasse no chão.
Em todos eles éramos recebidos pelos marinheiros com simpatia e deferência como se fôssemos convidados especiais.
Foi ao fim de 3 horas que entrámos no Sagres...Mudança radical!
Tinhamos à nossa espera marinheiros de mãos à cintura quais forcados à espera das investidas do touro , as fardas um pouco amarrotadase, finalmente os olhares de enjoo.
Mas o pior vem a seguir; passavamos pela zona onde a tripulação tem as suas refeições e ouvesse:
MARIN - Oh pá c...... o que estás a fazer f........!
Todos fizemos de conta que nada tinhamos ouvido mas que a coisa incomodou lá isso incomodou!
É sempre triste que em qualquer lado em qualquer situação não haja sempre este pensamento que nos cruza o cérebro: "Estamos em Portugal... que é que se hà-de fazer..."
E pronto são as duas únicas notas negativas de um dia,como dizem os miudos,fixe!!
Até à próxima

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